sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

SONO E HUMOR

O sono é um estado de recuperação biológica, mas de retração psicológica, como regressão temporal, na, fadiga e no desejo de se afastar do mundo externo opressor e de não mantê-lo ininterrupto.

Nas crianças, ao contrário envolve a negação do cansaço e a busca de mais experiências externas; não querem dormir.
O sono é um estado de pré-mundo, para a existência dentro do útero, aonde buscamos reviver o mesmo calor, escuridão e ausência de estímulos, fazendo algumas pessoas se embrulharem numa postura parecida com a do bebê no útero.

O acordar, pela manhã, é como que um novo nascimento.

Os processos mentais no sono (sonhos), que podem ser influenciados por dificuldades indigestivas, posturas acidentais corporais ou incidentes durante o sono, envolvem a vontade de realização de desejos suprimidos, oriundos de imagens visuais, sentimentos e pensamentos entrelaçados oriundos de estímulos externos e internos, que quando rejeitados pela censura mental ficam em estado de recalcamento ou representando como realizados.
Podemos, no estado de sono, estar cientes dos sonhos, não lembrar de nada ou simplesmente acordar quando dores forem estimuladas, por sensações e lembranças associadas de restos diurnos psíquicos.
O sono tanto pode afetar o desenvolvimento do ego (satisfação alucinatória dos desejos), como da libido (restauração do narcisismo primitivo), mas a insônia se refere ao ego, que desiste do desejo de dormir, porque se sente incapaz de inibir os impulsos reprimidos liberados durante o sono, temendo os sonhos.
A falta de sono, pode ser oriunda do temor de haver sono perturbado interrompido por angústias, alucinações, por causa de problemas não resolvidos, preocupações martirizantes e o acúmulo excessivo de impressões do que não foi levado a uma conclusão durante o dia, devido a algum obstáculo fortuito, do que não foi tratado devido à insuficiência de nossa capacidade intelectual, ou não resolvido, do que foi rejeitado ou suprimido durante o dia, do que foi resolvido durante o dia e do que foi tratado como indiferente.
Apesar de não haver como estabelecer uma distinção exata entre um processo psíquico e um processo fisiológico, por causa das relações entre consciência e SN, na verdade, o sono paralisia a vontade, faz oclusão dos órgãos sensoriais, economizando energia psíquica, mesmo que haja movimentos involuntários corporais durante o sono e garante o relaxamento noturno do dispêndio de força da censura crítica, no caso, as excitações acumuladas no estado de vigília.
Quando as excitações, originadas das sensações e idéias intencionais, que despertam ânsias no organismo de liberá-las não são descarregadas, há um desequilíbrio e sofrimento mental (afetos agudos) que podem progredir para afetos crônicos, gerando pesar, medo, preocupação, angústia prolongada, grave fadiga, insensatez e raiva, que podem se manifestar durante o sono, fragilizando-o parcialmente em momentos alternados de vigília semi-parcial ou impedindo-o.
Na relação com o humor, numa ênfase psicanalista, o bom humor é um meio de obter prazer apesar dos afetos dolorosos que interferem com ele; atua como um substitutivo para a geração destes afetos, coloca-se no lugar deles, aonde retira parte de sua energia do afeto.
O humor envolve a influência da paixão, do desejo de sucesso, intenso prazer de conquista, espontaneidade e oscila entre a seriedade e a zombaria, como fator psíquico de acionamento de idéias para liberação de catexias, sendo influenciado, também, pelo estado fisiológico e o meio ambiente relacional.
O bom humor é ocasionado por cordialidade, tolerância e imagem clara como estímulo de si mesmo, pode ser considerado como o mais alto desses processos defensivos. Ele desdenha retirar da atenção consciente o conteúdo ideacional que porta o afeto doloroso, tal como o faz a repressão, e assim domina o automatismo da defesa, como processo reativo e regressivo de desviar o sofrimento, aonde o superego tenta, através do humor, consolar o ego e protegê-lo do sofrimento.
O mau humor é produto da não liberação da energia psíquica, principalmente a punção sexual, oriundo de pensamentos irritantes, aborrecimento da interrupção do prazer e em virtude dos resíduos não revelados, podendo ser ocasionados por segredos vivenciados, gerando culpas, autopunição, tensões emocionais, sentimento de abandono, repressão, neurose, obsessiva, raiva, crueldade manifesta em sonhos, ser fiel à fúria, enfado, medo de perder o respeito, sofrimento, depressão, irritação, angústia, melancolia, instabilidade de vontade.

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