sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O PACIENTE

O paciente é o indivíduo que traz à luz a lembrança do fato provocado, e que desperta o afeto que o acompanha podendo traduzir em palavras; às vezes, os pacientes contradizem as opiniões dos psicólogos e psicanalistas; seja por um propósito de inutilidade, seja porque começam a analisar suas próprias perspectivas, o que pode parecer como insulto diante das perspectivas dos analistas.


Há pacientes plenamente maduros que precisam ser amados como pessoa e outros que foram dispersos por maus entendimentos, tornando-os angustiados. Haveria algum método psicológico, psicanalítico ou psiquiátrico que pudesse contentar, satisfazer ou recuperar plenamente a capacidade e o ânimo do paciente sem considerar a possibilidade de uma recaída no futuro?

Num período em que o imediatismo postula querer interromper de súbito as patologias, muitos pacientes são rotulados como produtos das doenças, sendo “empurrados” para serem prontamente substituídos por outros recém-chegados, gerando um sentimento deprimente em muitos profissionais sobrecarregados, ao ponto do paciente dizer: _Eu sou a doença tal...

Nem sempre um grande trabalho por parte do profissional gera grande satisfação no profissional que procura elucidar uma influência de anormalidade na vida dos pacientes, onde nem sempre a própria família do doente, entende.

Muitos, com os danos produzidos por doenças crônicas, com fatores que predispõem a novos sintomas, causam a impressão de ser vulgar e repelente o tratamento clínico, seja devido às crescentes exigências, seja pelo baixo nível de compreensão mental, cultural, familiar ou ético, dificultando uma concordância integral e confiável que leve a revelações de cunho secreto nas terapias.

Há aqueles que têm sua modificação psíquica causada por condições proeminentes de atividades os quais sobrecarregados, resistem, repulsam, recalcam e sobrecarregam a atenção do analista, seja por aversão ou representação patogênica ou por um “não saber”ou um “não sabido” aonde o terapeuta terá que se superar, insistindo contra essa resistência e estranhamento.

Há pacientes concentrados, técnicos, decepcionados, os que são convenientes com suas finalidades, os que querem desviar a atenção ao real problema, querendo respostas, no pensamento intencional de serem observadores; existem também, os esquecidos das ocorrências anteriores, os que estão fixados em suas ilusões, os que tem um pensamento interrompido em suas organizações de lembranças e pensamentos reprodutivos e os que querem convencer o analista de suas convicções, pondo fim ao tratamento.

Entre a afeição e o acompanhamento, os ataques de angústia, as rememorizações e os dias em que aparecem com as respostas prontas na ponta da língua, o que faz admirar é o sentimento caloroso da reconstituição e despertamento, da aplicação do método com as próprias opiniões, seja até com preconceitos ou desejos de punir o analista, ou de qualquer outra forma dentro da terapia, aonde tudo pode acontecer.

A análise pertence às circunstâncias e o prosseguimento das informações que aproximam da maturidade, são oportunidades de desenvolver uma afetuosa relação, aonde a desconfiança e a vigilância fazem parte deste tipo de relacionamento.

A importância prática dos métodos terapêuticos e psicoterapêuticos podem fazer sintomas aparecerecerem rapidamente, outros desaparecerem e até mesmo provocar no paciente, lembrança e clareza de afetos, conforme os casos clínicos relatados nas mais variadas entidades que possamos ter conhecimento.

Haveria algum distúrbio puro? Acredito que seja a expectativa do paciente no inicio da análise; que encara como insulto a expectativa de que seu caso seja grave; é claro que há pacientes maduros, despertos, modelos classificatórios que escapam da angústia, que são os que estão satisfeitos em recuperar a sua capacidade de trabalho, com direito a recaídas no futuro, também.

Não será poupado ao analista, psicólogo, psicanalista, psiquiatra ou qualquer outro profissional da área que lide com a extensão inevitável da neurose, da histeria de cura, da confusão de restrição de profissionais uns sobre os outros, constituindo-se estes em casos de fatores que predispõem à formação de uma extrema dificuldade de tratamento que geram abandono e suspeita de seus próprios pacientes, levando-os a serem tidos por estranhos suspeitos de males.

Na verdade, parece que a influência por parte do profissional é uma condição sine qua non para a solução do problema; se há possibilidade de cura, esta parece estar ligada a qualquer atividade nesse sentido que envolva uma intensa preocupação com o paciente e conduza a uma modificação psíquica nele.

Caro colega; informe seu paciente, faça-o relaxar emocionalmente por influência de finalidade, sabendo o modo mais conveniente de empregar sua técnica; não deixe que o paciente faça a vontade dele pensando que você tem todas as respostas para a vida dele; não dê a impressão ilusória de que você, profissional, possui uma inteligência superior acima da consciência dele; é melhor interromper o tratamento que tentar fazer o paciente recordar pensamentos que são do analista; que são apenas contextos de convencimento.

Você, profissional,não está conduzindo um cão afeiçoado, nem ao menos é um expulsador de demônios; rejeite o desejo de admiração; se fortaleça em suas opiniões, prossiga na análise conversando com colegas da área, supervisores, e cuidado com a excessiva afetuosidade com o paciente porque os traumas e obsessões que produzem os efeitos patogênicos poderão se tornar palpáveis.

Finalizando o texto, lembremos de que a dor e o desapontamento são obstáculos que não começam do nada; não se constitua naquilo que quer evitar; fique de guarda; é melhor um desconfiado reprodutivo que um enganador mutilado; somos todos pacientes de uma mesma coisa: o tempo...

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