segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

RELIGIÃO E PSICANÁLISE (1)

A primeira dificuldade imediata é entender se a religião se relaciona ao estabelecimento de uma lei, ou se refere à educação ou é mero isolamento. A influência da religião pelo querer na conversão, de uma forma ou de outra, fornece uma nova suposição ou caminho de possibilidade que se refere à violência baseada no contraste entre a visão de um Deus único a rigidez intolerante institucional que gera algum tipo de preconceito e acepção pessoal.

A inumerável quantidade de personificações, denotando popularidade ou discussões que mencionam experiências entre a eternidade e o cotidiano pode querer esclarecer diversas direções, mas não responde à hipótese do porquê a mensagem religiosa é invalidada pela falta de compreensão e de caráter contraditório de pessoas que dizem ter encontrado uma suposta verdade.

Outra possibilidade aberta e marcante na história da religião se encontra no fato de que entre o reconhecimento e apreciação, existe a possibilidade de continuidade envolvendo imposição, mudança de nome e disposição à submissão às tradições, envolvendo estabelecimento de hábitos e memórias.

Entre o encontro e o movimento, a inspiração e adesão, a influência política e as façanhas militantes, a responsabilidade e a abrangência, temos que refletir entre o caráter universal e ao mesmo tempo restritivo de desejar aprisionar o homem em nome de uma suposta liberdade, aonde a religião fomenta uma justiça e uma simplicidade, ao mesmo tempo em que intervêm e introduz uma doutrina a qual não é suficiente para ser completa por causa dos efeitos negativos que ela mesma apresenta, escravizando os seus membros.

Ao avaliarmos um conhecimento sem supormos uma novidade que agregue clareza e congruência, por final, somente denotará dureza e intolerância, como a rejeição armada dos fundamentalistas contra a sociedade que deseja espoliar fama, bens e almas; o que espanta, gerando insatisfação, supressão e vingança é o obscuro e restrito círculo da vaga efêmera que destrói e saqueia a memória dos convertidos, pela comunicação que gera oposição à identidade original de seus membros.

Comparando-se expectativas, parece haver um sentimento de vingança de sacerdotes, por causa do estado desfavorável financeiro, aonde a confissão de fé dos membros parece declarar um caminho fechado de proibitismo chamado de adoração a Deus, aonde se observam os contrastes fundamentais e intencionais desejosos de serem justificados como uma surpresa imaginativa de adentrar na realidade “post morten”, dizendo ter respostas sobre a eternidade.

Se analisarmos, por outro lado, a necessidade e a recusa do porquê as religiões querem introduzir seus costumes como certezas, o fato e problema  a ser introduzido e considerado, se refere ao incômodo gerado pelas imposições e desejos de superação envolvendo incompatibilidades como o contraste entre a popularidade da membrezia e o enigma do elitismo sacerdotal.
A convicção aderente dos pensamentos básicos religiosos fomentam esperanças e projetos aonde se paga caro para ter convicção na fundação do encontro que apresenta a adoração, uma vez que as escolhas tentam combater o destino e ao mesmo tempo denotam um desejo de adoção de um comportamento que envolva o reconhecimento da satisfação pessoal, ainda que negando contradições derivadas de circunstâncias políticas ocasionais e identificatórias, podem supor uma queda da imposição por idéias geradas.

Entre as influências, tendências e idéias de conceitos, independentemente se a religião é cristã ou não, a imponência da iluminação do líder obscura a membrezia, que concorda na decisão e fundação de uma convocação da inspiração divina, gera um encantamento da fé, inequívoca, fundada na violência da obstinação, oscilando entre restrição e reaparecimento de uma verdade como expectativa messiânica vinculada na promessa de felicidade duradoura; aonde o povo se sente suficientemente forte para empreender uma publicidade religiosa à sociedade.

Não pode haver dúvida de que elementos muito diferentes se unem na construção da experimentação da religião que surge da união de partes componentes, que se fragmentam na permanência à fidelidade do seu senhor, preservando a memória dele e continuando a tradição de suas doutrinas, na presença de uma minoria influente, que se acha culturalmente superior ao restante da sociedade.

A possibilidade provável quanto à obrigatoriedade é o vinculo da adoção como concessão aos seguidores prontos a aceitar o divino e o que os sacerdotes lhes contam a respeito dele, retendo como prova de fundação o intuito de demonstrar a grandeza e o poder, tendo que necessariamente ajustar, abrir espaço para esse divino, apagando os traços de religiões mais antigas na memória dos membros seguidores dessa religião.

O enigma religioso tem sua lógica própria; vinculada a uma manifestação fenomenológica, metapsicológica, cuja identidade se modifica com a conformidade dos desejos de satisfazer as necessidades do povo; cuja satisfação renega o fato aflitivo, constituindo-se em ter o intervalo da paixão e da violência, entre a pulsão de vida e de morte, como uma corrente de eventos vislumbrados de uma suficiência que em nome da verdade e justiça pode matar.

O esforço da busca do sucesso e o restabelecimento de uma fé, produz homens que preservam tradições como supostamente detentores de um conhecimento especializado, que percebem a significação de uma determinada crença e culto, que podem infuenciar massas amplas da população com uma metodologia própria, nem sempre tida por eficaz, mas sempre publicitária. (continua)

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